Playtest de Órbita: Poder e Corrupção

Hoje estivemos com o Tiago Hackbarth (da Gurps Nation), mestre frequente nos encontros D30, para um playtest do RPG novo que ele produziu para o RPGênesis: Órbita: Poder e Corrupção.

RPGênesis é um evento que reúne fãs de RPG do Brasil e de Portugal que no espaço de três semanas tentam desenvolver um jogo completo com sistema e ambientação novos. Esse ano acabou de acontecer a 2a edição, e parece que a parceria vai continuar no ano que vem. Vocês podem ver os outros resultados no site dos grupos que iniciaram a história toda: Abre o Jogo e Garagem RPG.

Órbita
O RPG do Hackbarth ainda precisa de ajustes, como tudo que é jogado pela primeira vez, mas foi incrível como funcionou bem com nosso grupo. Ele usou o sistema básico do Open D6, herdeiro do Star Wars da West End Games dos anos 80. Mas o que importou mesmo foi a ambientação, num futuro não muito distante em que a tecnologia avançou mas por caminhos possíveis, e não fantásticos, um futuro de ciência especulativa, conhecido pelos fãs como Hard Sci-Fi, uma ficção científica realista.

Marcos, Hackbarth, Luiz Cláudio, Menina-Gato, ML e Tiago

Nós éramos contratados de uma corporação do futuro para trabalhar em uma estação orbital que faz experimentos genéticos para produção de proteína a partir de bactérias em gravidade zero. Éramos cinco: o cara do almoxarifado (Marcos Silva da Pensotopia), o único segurança da estação (Tiago Marinho da Secular Games), o técnico de reparos (Luiz Cláudio da Mata), a bióloga hidroponista (Menina-gato do D30RPG), e o representante do sindicato (que era eu).

A estação estava para ser atacada, e nas 3 horas que tínhamos até lá precisamos descobrir quem era o agente infiltrado, de que lado cada um queria ficar, e quem trairíamos no caminho, inclusive uns aos outros. Num dado momento o Hackbarth inclusive reconheceu que já não sabia quem estava do lado de quem, e tomara que os jogadores soubessem. “Não esperava que o jogo tivesse tanta apunhalada pelas costas”, disse.

Mas, além da reputação de uma certa bióloga, ninguém saiu ferido… o sistema que o Hackbarth inventou foi para controlar o Poder e a Corrupção, uma espécie de atributo que você vai ganhando com conchavos e acordos, e outro que você ganha deixando segredos e erros que podem ser explorados pelos outros jogadores.  Acho que vai funcionar bem para jogos de intriga e traição. Demos uma tonelada de conselhos e ideais pro mestre/criador, e certamente teremos uma versão 2.0!

A estação Ceres 205 com a Sofia Hackbarth

A iniciativa é genial, e quem acompanhou os meninos no desenvolvimento dos jogos teve uma boa ideia de quais os desafios para fazer um jogo independente. O melhor é o desafio de mestrar um sistema que você mesmo inventou e tentar levar às pessoas seus conceitos sobre campanhas e detalhes de RPG.

Nossa próxima missão é jogar o Metal Pesado, jogo desenvolvido pelo Tiago Miranda para o RPGênesis, com armaduras mágico/tecnológicas para serem usadas por guerreiros que tenham fortes emoções (e que gostam de Heavy Metal)… ou algo assim… : )

 

Sobre ML

M L escreveu 150 posts neste blog.

Gosta de fazer intriga em seus jogos, botar medo nos jogadores, e está sempre à procura do sistema perfeito de RPG.

Comments

  1. Reputação ferida ou não, eu terminei com mais poder e chefe do departamento de biologia, tá? 😛 rsrsrsrsrs Agora falando sério, achei muito legal a experiência de jogo em uma estação espacial, justamente porque o confinamento obriga os personagens a interagirem, mesmo com funções tão distintas. O clima de conspiração/traição também deixou o jogo tenso do começo ao fim. Foi um barato! Parabéns Hackbarth!

  2. É impressão minha ou este Metal Pesado é meio Cavaleiros do Zodiaco? Tô dentro! Pó de diamante neles!

  3. foi um jogo excelente, o grupo “grokou” imeditamente a proposta de jogo, numa secessão de negociatas tentando passar uns aos outros para trás.

    Até foi uma partida boa demais para um playtest, o grupo realmente queria que o jogo desse certo. Teve algumas falhas, distribuídas igualmente entre eu estar enferrujado como mestre e ter tido apenas uma semana para escrever o jogo (faltaram parágrafos no texto final que eu me lembro nitídamente de ter escrito e que sumiram em alguma revisão!)

  4. Foi muito legal ter a chance de fazer o cara do almoxarifado como um bajulador que queria pagar de chefinho.

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