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Construindo um Centurião - EdS Parte II

Hoje continuamos com a segunda e última parte do nosso artigo sobre Espírito do Século. Falaremos sobre os estereótipos existentes e a parte que acho mais fantástica, pelo que sei do sistema até agora, que é a construção do personagem.

A construção do personagem é realizada em cinco fases, mais adiante falaremos delas. Porém antes de irmos às fases já temos que começar a pensar no estereótipo do personagem, pois isso será o núcleo de todo o resto da elaboração.

Estereótipos
No Universo Pulp temos vários estereótipos, podemos dizer que são clássicos, entre eles: Indiana Jones, O Sombra, Rocketeer, o Fantasma, Tarzan, entre outros. No livro de EdS (sigla para Espírito do Século) foi feito um breve compendium com alguns desses principais tipos, citarei apenas alguns deles:

Doc Savage

Acadêmico – Este tipo de personagem vive uma tênue linha entre seu lado cientista e seu lado explorador. Quando não está dando aula, está em alguma expedição em busca de um objeto ou local que irá trazer respostas  a perguntas há muito esquecidas ou simplesmente não realizadas.

Exemplo: Indiana Jones

Engenhoqueiro – Este personagem é dono de um item tecnológico único que tanto ele pode ter desenvolvido, como alguma outra pessoa pode tê-lo feito. O que importa é que esse item o faz ser único como uma marca registrada que o identifica.

Exemplo: Rocketeer

fantasma

O espírito que anda

 

Mestre dos Mistérios –  Este é aquele personagem que é praticante de algum ensinamento antigo, ou herdeiro de um conhecimento que existe em sua família e é passado de geração em geração, algo que o torna especial e misterioso para os que o desconhecem.

Exemplo: O Fantasma

Piloto Bom de Briga – Aqui temos aquele grande piloto que detona tanto no céu quanto na terra protegendo, por exemplo, uma incalta repórter de perigosos criminosos que acham que ela está chegando perto demais da verdade.

Exemplo: Capitão Sky

No livro existem vários outros exemplos de estereótipos, esses foram so para dar o gostinho, ficou curioso? Muitos outros perfis se encontram disponíveis no livro que a Retropunk estará lançando em breve.

Mas vamos as fases de criação dos personagens:

Fase 1: Antecedentes
Aqui deve-se fazer um breve resumo de maneira mais abstrata possível sobre a juventude do personagem, do seu nascimento até os 14 anos. O livro neste aspecto das fases sempre trás mini questionários que você deve responder afim de ajudar na criação dos eventos da fase.

Aqui se deve responder:

• Com era sua família? Rica? Pobre? Estudiosa? Isolada? Religiosa? Politizada?
• Quão grande é a sua família?
• Quão bem o personagem se dá com a sua família?
• De que nação vem o personagem? Que região?
• Como ele foi educado?
• Como eram os amigos do personagem? Ele se envolvia em muita confusão?

Ao final, depois de responder as perguntas, deve-se escolher dois aspectos que correspondam as informações ou eventos vivenciados na fase

Fase 2: Guerra
Aqui deve-se responder alguns elementos sobre quem era seu personagem durante a Grande Guerra (1º Guerra Mundial).

• Seu personagem lutou na Guerra? Para quem? Onde? Em qual tropa?
• Você foi membro de alguma unidade secreta? Encontrou algum dos demais personagens lá?
• Quem era seu Patrono? O que lhe aconteceu com ele/ela?

Ao final depois de responder as perguntas deve-se escolher dois Aspectos que correspondam as informações ou eventos vivenciados na fase, e anotar o nome e o destino do seu mentor.

Fase 3: Aventura
Aqui vem uma das partes que acho geniais na construção do personagem, que é a criação da primeira aventura Pulp do seu personagem, estrelada por ele mesmo! Cada jogador deve dar o título dessa aventura, segundo o modelo clássico dos pulps. O padrão geral é:  Nome do Personagem (versus/em…/e) Tema da Aventura!

Exemplo do livro: Mack Silver e os Piratas da Arábia ou Jet Black em A Equação da Eternidade.

Após definir o nome deve-se fazer uma sinopse (apenas sinopse) de como foi sua primeira aventura, o ideal é usar algumas frases, e novamente escolher dois Aspectos que correspondam as informações descritas na fase

Fase 4: Participação Especial
No início dessa fase, o Mestre escreve todos os títulos escolhidos em folhas separadas de papel ou em cartões, mistura tudo, e cada jogador pegará um deles. Se um jogador pegar sua própria aventura, ele deve trocar com a pessoa a sua direita até que todos tenham um título que não seja o seu. O título da aventura que o jogador está segurando é uma aventura na qual seu personagem teve uma participação especial. Para cada título, os jogadores envolvidos — o do personagem sobre o qual o livro é e o que recebeu o título nessa fase — devem discutir a história e adicionar uma ou duas sentenças à descrição da aventura que reflitam o papel do personagem “convidado”.

Um típico anúncio Pulp

No final adicione algumas frases na descrição da aventura, e novamente escolher dois Aspectos que correspondam as informações descritas na fase

Fase 5: Participação Especial
Aqui a ideia é a mesma da Fase 4, porém, nenhum personagem pode fazer uma participação especial duas vezes na mesma aventura, se assim o ocorrer troque com outro jogador.

No final adicione algumas frases na descrição da aventura, e novamente escolher dois Aspectos que correspondam as informações descritas na fase

Para finalizar a criação do personagem deve-se escolher as Perícias, conforme informado na primeira parte do artigo, e as  façanhas.

Ao finalizar você terá:

• Um resumo da sua infância (1900-1914)
• Um resumo do seu papel na Grande Guerra (1914-1918)
• Sua aventura pulp e duas outras aventuras em que ele participou, estabelecendo laços com pelo menos outros dois personagens
•  Dez Aspectos
• Quinze Perícias
• Cinco Façanhas

No mais, espero que tenham gostado desse breve resumo. Quanto ao resto da mecânica de jogo estou tão curioso quanto vocês para testá-la. Quem sabe depois de ler o livro, quando a Retropunk lançar, eu faça um report do jogo, que acham?

Até a próxima!

Malliens que no momento já está pensando no nome  e frase de impacto de seu centurião para o momento do playtest