Podcast D30

Jogar pra quê?

Tempos atrás ouvi alguém dizendo que jogar é perda de tempo, não dá dinheiro e não nos ensina absolutamente nada. O comentário veio de uma pessoa que nunca teve senso de humor, ao menos não um convencional ou até humor negro. Parei, olhei para as miniaturas de D&D espalhadas na mesa, horas antes de uma partida com amigos e sorri.

Nunca ganhei dinheiro com isso pois é um hobby, uma diversão, um momento de lazer. Não perdi meu tempo com isso pois cada minuto foi excelente ao lado dos amigos. Aprendi inglês com jogos de computador e RPG e me orgulho de ter um vocabulário que algumas pessoas que estudam por anos não têm.O motivo que me faz ser fã de RPG, jogos de tabuleiro e videogames não tem nada a ver com uma “síndrome de Peter Pan” ou falta do que fazer ou ainda irresponsabilidade. Não se trata de uma abstração da realidade, uma fuga ou uma simples falta de maturidade. Não.
Jogo, aliás, jogamos porque precisamos de diversão, porque gostamos de contar e viver histórias, porque gostamos de compartilhar com amigos e família coisas que nos fazem felizes.

“As pessoas não deixam de jogar quando envelhecem. Elas envelhecem porque deixam de jogar.”

Vi essa frase de Oliver Wendell Holmes no blog da Confraría Lúdica Internacional uma vez e sempre lembro dela quando alguém diz que adultos acima dos 25 não deveriam divertir-se matando monstros em labirintos imaginários ou fugindo de zumbis e pilotando naves espaciais.

Penso nessa frase e nos momentos bacanas com amigos em jogatinas regadas a boas risadas e refrigerante onde homens e mulheres deixam de lado as preocupações do dia a dia adulto e voltam a usar sua imaginação, rolar dados, avançar pecinhas em tabuleiros coloridos e fazer caretas.

Se você não joga nada, nem um truco, canastra ou sinuca, deveria experimentar. Divirta-se, ria, brinque. A infância passa rapidamente e a vida adulta também.

 

Eugênio “Gene” Cavalcante joga…e como joga