Tagmar foi tema da Conversa sobre RPG de setembro

Nossa Conversa sobre RPG recebeu semana passado o Felipe Galdino, do projeto Tagmar 2, para falar sobre essa nova fase do primeiro jogo de RPG brasileiro. Ele explicou pro pessoal tanto o sistema de regras quanto a ambientação atual, além dos planos futuros. Vocês sabiam que Tagmar pode ter um módulo no futuro, mais ou menos como o Shadowrun? Um mundo de fantasia futurista com elfos e anões.

Fazer personagens ficou mais fácil, jogadores reclamavam do tempo para fazer a ficha

Para quem não conhece, Tagmar é um RPG da velha-guarda, que tem uma boa dose de realismo, mesmo sendo de fantasia. Qual a diferença? Embora existam heróis, magia e dragões, o mundo não é feito disso, é um mundo medieval em que essas coisas são temidas e combatidas. O realismo e o mistério são os temas de Tagmar, que segue a tradição de Tolkien e outros mestres da fantasia, mas tem no homem comum seu herói. O guerreiro que é obrigado a defender seu reino, o aprendiz que tem de defender sua escola.

O sistema usa um d20 para resolver tudo (a iniciativa usava d10, mas isso agora é opcional). Jogadas são comparadas numa tabela. Se uma criatura ou uma arma dá um certo tipo de dano, você toma dano de acordo com uma porcentagem. Não há skills, mas cada profissão sabe fazer várias coisas que sobem de acordo com o nível, que vai até 40!

Do ponto de vista do combate, a grande diferença do Tagmar para outros sistemas é a separação dos pontos de vida em duas energias: Física e Heróica. Se você cai de uma ribanceira ou é acertado de surpresa, sua energia física é atingida, e você pode morrer com um único golpe. Mas se enfrenta criaturas mágicas, se arrisca para salvar um aliado, ou se interpõe entre alguém mais fraco e o perigo, você ganha pontos de vida heroicos, que podem de salvar até mesmo do sopro de um dragão!

A tabela colorida é a marca registrada das regras de Tagmar

Isso faz de Tagmar tanto um mundo menos super-poderes, e mais heroico. Segundo Felipe, é uma decisão dos pessoal que toca o projeto não criar heróis nas histórias do mundo, os heróis são os jogadores, são eles que são esperados para lidar com as grandes ameaças.

A ambientação no mundo de Tagmar é uma evolução da história já conhecida, um cataclisma se abateu sobre a terra quando os deuses retornaram ao mundo após terem deixado seu trabalho nas mãos de filhos poderosos, semideuses que tramaram e corromperam a terra até quase perdê-la para demônios.

Elfos e anões foram expulsos até restarem apenas suas terras mais remotas, ou profundas, no caso dos anões, e os humanos floresceram no meio desse caos. Reinos, terras devastadas, desertos, e ilhas misteriosas, tudo pode fazer parte de Tagmar.

Iniciativa
Quando a editora que publicou o primeiro Tagmar fechou em 1997, ele quase foi esquecido, mas alguns autores originais e entusiastas o fizeram renascer em 2005. Com dezenas de livros publicados e expansões a caminho, Tagmar está vivo, e você pode baixar todo o material gratuitamente!

Qualquer um pode participar dos fóruns de Tagmar e sugerir complementos. E se você se interessar, pode fazer parte dos playtests e até escrever parte da ambientação. “Fazer um RPG novo é fácil, difícil é desenvolver e escrever continuamente um RPG”, disse Felipe durante a Conversa.

Felipe cuida da parte de regras de Tagmar. Segundo ele, claro que há discussões entre antigos jogadores, mais puristas, e os que querem mudar as regras, mas para ele a discussão é saudável e mantém a comunidade em contato.

O formato também é interessante, Tagmar não é uma licença como a OGL do D20, é uma licença aberta, como a do Linux. Isso quer dizer que ele é grátis, e que você pode produzir o que quiser com ele, desde que mantenha o serviço grátis, e cite suas fontes.

Bom, é isso, esperamos vocês na próxima conversa!

 

Sobre ML

M L escreveu 150 posts neste blog.

Gosta de fazer intriga em seus jogos, botar medo nos jogadores, e está sempre à procura do sistema perfeito de RPG.

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